Quarta-feira, 20 de Julho de 2011

O Homem-Aranha da geração "Twilight"

 

Já está o trailer do "The Amazing Spider-Man".

 

Ainda não me consegui mentalizar de que para o ano estreia o reboot do Homem-Aranha.

Os filmes do Sam Raimi foram altamente aclamados, especialmente os dois primeiros, que são das melhores adaptações de comics para o grande-ecrã, e marcaram o imaginário tanto de miúdos como de graúdos. Já não é possível imaginar o Aranhiço sem pensar naqueles filmes. Raimi e Tobey Maguire estavam prontos para avançar para o quarto filme, mas por desacordos com a Sony o acordo foi cancelado, e em vez disso, a produtora decidiu começar tudo do início.

Ora bem, o primeiro "Spider-Man" é de 2002, e o último é de 2007! Foi há quatro anos que vimos Maguire como Homem-Aranha nos cinemas pela última vez, e daqui a uns meses vamos ver novamente como Peter Parker se torna super-herói, apesar de a maior parte da população do planeta saber de trás para a frente como é que isso aconteceu, e que "com um grande poder vem uma grande responsabilidade", etc...

 

Resumindo, é ridículo. Qualquer dia, começam a planear refazer filmes no dia de estreia.

Esta febre do reboot e remake é não só um perigo para a originalidade, como um perigo para o próprio Cinema. Existem muitos filmes que só passados alguns anos é que foram conquistando amor entre apreciadores de Cinema. Quem ama filmes sabe bem que os filmes são algo para ser degustado, visto e revisto à medida que se cresce, porque com o passar dos anos, em contextos diferentes, o filme ganha novos significados e é-lhe reconhecida ou negada, qualidade.

Está portanto em causa o crescimento do filme culturalmente, para a sociedade que o vai redescobrindo. A obra vai marcando não só a mesma pessoa, mas novos espectadores, que a descobrem pela primeira vez. Só através deste processo é que se descobre se o filme sobrevive ou não ao teste do tempo.

Um filme é pois, o retrato do tempo em que foi feito, e pode definir o rumo de um género cinematográfico, como aconteceu com os "Spider-Man", que foram tidos como exemplo de como fazer um bom filme de super-heróis para os anos 2000. E tanto que é um retrato do seu tempo, que responde a modas.

 

A decisão de refazer esta saga, e o modo de a refazer, é fruto de uma moda.

Há não muito tempo, uma espécie de novela de vampiros adolescentes começou a fazer milhões e a definir os gostos de uma boa fatia da demografia dos jovens espectadores de Cinema. Proliferaram os Emo's, espécie de adolescentes com tendências depressivas que vêem as suas questões existênciais retratadas nomeadamente na obra de uma certa Stephenie Meyer, a saga "Twilight". Adaptada ao Cinema, tornou-se numa mina de ouro que explora sobretudo a obsessão que as fãs histéricas da saga alimentam em relação aos seus protagonistas, heróis supostamente perseguidos por conflitos com um lado sombrio da sua natureza, que mais não é do que falta de capacidades para a carreira de actor.

Ora eu, quando vejo naquele trailer, o Peter Parker no fundo da sala de aula de capuz posto com ar de quem está a planear como cortar os pulsos, não consigo deixar de suspeitar que isto é um reboot feito a pensar nos jovens Emo. O que é triste.

 

Eu sou fã do Aranhiço desde pequeno, e apesar de não ter um conhecimento enciclopédico sobre a personagem, do que conheço de comics e desenhos-animados, ele é tudo menos um jovem adolescente depressivo. Sim, perdeu os pais e o tio e tem de derrotar o Duende Verde enquanto tenta não chegar atrasado à entrevista de emprego, mas fazia-o com a ajuda do seu sentido de humor e do sentido de justiça.

Raimi não retratou muito o lado cómico da personagem, mas o seu Peter Parker não deixa que a falta de dinheiro para a lavandaria o impeça de ver o lado positivo das coisas. Os filmes são soalheiros, e foi precisamente quando tentou tornar o seu Peter sombrio no sentido da "geração Emo" que fez o terceiro filme descarrilar.

 

Marc Webb até realizou aquela coisa fofinha de nome "500 Days of Summer", e por esse motivo estava à espera de melhor... Enfim, ainda é cedo para condenar definitivamente o filme, mas que me parece um clara tentativa de adaptar um personagem intemporal a uma moda do momento, parece. Safa-se aquele poster do "Rear Window" que este Peter Parker tem no quarto.

Este desejo de lucrar com a geração Twilight ameaça seriamente destruir o futuro dos bons heróis para jovens.

 

 

 

publicado por RJ às 22:03
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Domingo, 27 de Fevereiro de 2011

O melhor de 2010 - Realizadores

3

 

 

Edgar Wright ("Scott Pilgrim VS The World")

 

2

 

 

David Fincher ("The Social Network")

 

1

 

 

Christopher Nolan ("Inception")

 

 

Edgar Wright fez o seu primeiro filme produzido por Hollywood, com "Scott Pilgrim VS The World", um filme que já se tornou um filme de culto.

É um jovem realizador que tem todas aquelas excelentes qualidades que desejamos ver num jovem amante do Cinema: a rebeldia que o leva a fazer as coisas à sua maneira, uma admiração pelos mestres e um desejo de aprender com eles e uma visão fresca, que não receia quebrar com os cânones.

Wright é um estandarte de toda uma geração jovem, e de um novo estilo extremamente audaz, que não poderia ter escolhido melhor altura para atacar Hollywood. Sim, o filme é uma adaptação de uma BD, mas mostra como não partindo de uma ideia original, um filme pode ser único e quebrar com tudo o que o espectador está habituado a ver no grande ecrã.

 

Quando David Fincher anunciou que ia realizar um filme sobre o Facebook, meio mundo, eu incluído, ficou em choque. O realizador de thrillers como "Se7en" e "Zodiac", que nos fez uma lavagem cerebral com "Fight Club", ia fazer um filme sobre uma rede social?

Sim, o realizador já tinha saído da sua área com "The Curious Case of Benjamin Button", com resultados mágicos, mas isto parecia demasiado diferente. Estaria Fincher a vender-se a uma febre da Internet pensando apenas nos lucros?

Pois, afinal não. Afinal fez um dos mais badalados e aclamados filmes de 2010, que já arrasou nos Globos de Ouro e ameaça arrasar hoje à noite nos Óscares. E pode não ser um thriller, mas os traços de Fincher estão lá.

Os diálogos de Aaron Sorkin que todos aclamaram podiam já estar fantásticos no papel, mas não tenho dúvida de que, sem a marca de Fincher, não teriam alcançado um estado tõ extraordinário. É que não são apenas os diálogos, é toda a forma de filmar e toda a construção do filme que nos agarra completamente a nos faz esquecer que estivemos duas horas a ver apenas pessoas a falar.

"The Social Network" acabou por ser um marco ao representar a febre do lucro com a Internet que é dos grandes temas da sociedade actual, definindo toda uma nova geração. Tudo com traços de tragédia clássica, e tudo também graças à visão tão particular de Fincher.

 

A ausência do nome de Christopher Nolan na lista dos nomeados ao Óscar de Melhor Realizador é mais uma daquelas infelicidades dos Óscares, que já começa a nem valer a pena referir. Indepentemente daquilo que os Óscares dizem, Nolan foi o grande realizador de 2010.

Com "Inception" elevou os puzzles mentais a uma nova escala. É complexo, mas não tem a escala próxima e pessoal de "Memento", tem a escala épica de um verdadeiro épico de ficção-científica na tradição do "Matrix".

A construção também em forma de puzzle da narrativa, e uma forma de filmar que capta a essência das sequências mais épicas sem nunca as tornar confusas, tornam-no no realizador que melhor nos tira o fôlego com a parte visual, mantendo apesar disso, o conteúdo em primeiro plano.

Isto porque a originalidade é o seu grande trunfo. Nolan prova, filme após filme, ser um dos grandes mestres do Cinema dos nossos tempos. Constrói novos conceitos, aplica-lhes possibilidades infinitas e oferece-nos novos mundos: tudo o que queremos que a arte faça.

E o melhor de tudo, o que o torna realmente extraordinário, é que ao invés de se limitar a criar conceitos de ficção-científica complexos com o intuito de oferecer entretenimento para os mais preguiçosos e material de discussão para as conversas dos mais intelectuais, coloca a emoção e os conflitos interiores clássicos ao ser humano como o ponto de partida do puzzle. E é isso que nos inspira verdadeiramente.

 

 

(menção honrosa: o quarto lugar iria para Jason Reitman pelo "Up in the Air", sendo o mais justo ter ficado empatado com Edgar Wright. Dei o destaque a Wright pela novidade que trouxe com o estilo inovador do seu filme, mas ainda assim, considero o "Up in the Air" um filme superior)

 

 

 

publicado por RJ às 18:06
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Domingo, 23 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Actores

  

3

 

 

 

 

Jim Carrey ("I Love You Phillip Morris")

 

2

 

 

 

Ricardo Darín ("El Secreto de Sus Ojos")

 

1

 

 

 

Leonardo Di Caprio ("Inception")

 

 

"I Love You Phillip Morris" não conseguiu agarrar muito público, o que não deixou de ser triste, apesar de não ser nada surpreendente. O polémico tema da homossexualidade deu para criar um passa-palavra modesto em torno do filme, mas não chegou. E isto é triste porquê? Porque Jim Carrey faz uma interpretação impressionante, que é seguramente uma das melhores da sua carreira.

A homossexualidade é muito melhor aceite hoje do que no passado, disso não existem dúvidas, mas quer queiramos ou não admiti-lo, mesmo que já não se mostre discriminação de forma tão ostensiva na praça pública, a questão ainda não é encarada com naturalidade no íntimo da maioria da população. Daí que essa maioria vá acabar por perder uma das melhores interpretações do ano, que me parece ter sido lamentavelmente esquecida nos prémios de Cinema.

Além de um factor que terá sempre peso, que é ser um papel muito difícil de interpretar dado que o próprio Jim Carrey não é homossexual (assim como Ewan McGregor, com quem contracena), a interpretação é impressionante porque apresenta Jim Carrey naquele registo mais sério e dramático, longe das palhaçadas em que às vezes se envolve, e que mostra o verdadeiro potencial do actor. Ainda que a interpretação, assim como o próprio filme, vá do drama ao romance, passando pela comédia inteligente, nunca perde a elegância e a seriedade.

Uma pequena grande surpresa que deve obrigatoriamente ser descoberta.

 

 

É preciso estar sempre atento, porque longe de Hollywood encontramos muitas vezes alguns dos melhores filmes e alguns dos melhores actores. Ricardo Darín é um actor a quem irei ficar muito atento de futuro, porque a sua interpretação em "El Secreto de Sus Ojos" consegue ir além de ser simplesmente marcante.

Não se pode dizer que carregue o filme às costas porque o filme tem muitos mais aspectos fabulosos do que apenas a sua interpretação (mesmo que esta seja um dos melhores aspectos do filme), mas acaba por carregar uma outra coisa, também muito importante: o drama da história. A intensidade da interpretação do actor é equivalente à intensidade do filme em si, pois Darín é responsável por criar uma ligação emocional fulcral que nos leva a viver a história, quase com a intensidade com que a sua personagem vive.

 

 

Os dias em que Leonardo Di Caprio era só um menino bonito que provocava paixonetas em adolescentes já lá vão. A escolha de Di Caprio para melhor actor do ano faz-se tanto por "Shutter Island" como por "Inception", ainda que, tendo de escolher, talvez colocasse com uma pequena vantagem, a sua interpretação no filme de Christopher Nolan. Porém, é inegável que são curiosamente, dois papéis com aspectos muito semelhantes: homem perdido no meio de sonhos e perseguido pelo fantasma da mulher, por exemplo.

Assim sendo, os elogios que se tecem a uma das interpretações podem facilmente ser aplicados à outra. Tanto num filme como no outro, Di Caprio mostra uma grande maturidade, e a sua interpretação é densa.

Basta olharmos para os seus olhos para vermos o retrato perfeito de um homem assombrado, que se deixa levar cada vez mais por uma espiral de obsessão. E à semelhança do que acontece em "El Secreto de Sus Ojos", Di Caprio pode não ser a única coisa boa tanto no filme de Martin Scorsese como no de Nolan, mas a sua interpretação é uma peça chave nas duas obras. Em "Inception", a sua personagem é aquela que cria uma melhor ligação com o espectador, e é graças a tal ligação que conseguimos mergulhar tão facilmente na complexidade da história. E a história de "Inception" é no âmago, não sobre múltiplos níveis de sonho, mas sobre a dor de um homem que não consegue afastar a culpa que sente pela morte da mulher, e que quer acima de tudo o resto, estar novamente com os seus filhos.

 

 

(menções honrosas: Jesse Eisenberg e Andrew Garfield que surpreenderam muito em "The Social Network", e George Clooney em "Up in the Air", que ocuparia o quarto lugar)

 

 

 

publicado por RJ às 21:55
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Domingo, 9 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Actrizes

  

3

 

 

Vera Farmiga ("Up in the Air")

 

 

2

 

 

 

Evan Rachel Wood ("Whatever Works")

 

 

1

 

 

 

Anna Kendrick ("Up in the Air")

 

 

 

"Up in the Air" é um dos melhores filmes do ano para mim, sobre o qual não consegui ainda deixar aqui uma crítica. A compôr o filme temos duas actrizes ao lado de George Clooney que fazem duas excelentes interpretações.

Vera Farmiga tem imensa classe, mas destaco principalmente Anna Kendrick, uma jovem que, estando a dar os primeiros passos em grandes filmes, nos brinda com uma extraordinária interpretação. Não é fácil dividir o ecrã com Clooney, mas Kendrick não se deixa nunca eclipsar pelo carisma do Nespresso-man.

 

Evan Rachel Wood surpreendeu-me em "Whatever Works". Larry David pode não ser um Clooney, mas não há dúvida de que também tem carisma, e Rachel Wood também nunca é eclipsada. O filme vai do hilariante ao comovente como só Woody Allen consegue fazer, e Melody, a rapariga um pouco simplória mas doce, é tão essencial como o neurótico Boris.

A minha preferência recai ainda assim sobre Anna Kendrick, mas não há dúvida que temos aqui duas jovens actrizes às quais devemos prestar muita atenção no futuro.

 

 

(Nota: Ficaram lamentavelmente por ver "An Education" e "Precious", falhas que espero colmatar em breve.)

 

 

 

publicado por RJ às 22:17
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Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Efeitos Visuais

 

3

  

  

"Alice in Wonderland"

  

2

 

 

"Scott Pilgrim VS The World"

 

1

 

 

"Inception"

 

 

Visualmente, Tim Burton nunca erra. Já nos habituou aos mundos mágicos que cria filme após filme, e a sua versão de "Alice in Wonderland" não é excepção. Pode falhar algumas vezes quanto ao ritmo em que desenvolve a história, mas visualmente é o mais puro encanto.

Ah, e não vi o filme em 3D.

 

"Scott Pilgrim VS The World", apesar de estar aqui em 2ºlugar, deve ser considerado como um caso à parte. Visualmente, é algo tão diferente, tão novo, que é difícil de comparar. É um filme à parte, está numa categoria só para ele.

A fusão entre o mundo dos jogos de vídeo e dos comics com a realidade é de uma criatividade extremamente difícil de encontrar e trouxe-nos das maiores lufadas de ar fresco de que me lembro.

 

"Inception" é brilhante de tantos pontos de vista, inclusivé no visual. O gosto de Christopher Nolan por fazer as coisas "a sério" até onde é possível, em vez de usar excessivamente os computadores, resulta em algumas das melhores sequências dos últimos anos, como a "luta anti-gravidade no corredor", ou as sequências na neve.

Apesar de o CGI marcar presença, este é daqueles casos em que deslumbra. A cena da "introdução aos sonhos de Ariadne" em Paris, com a rua a explodir, seguida daquela "inversão da cidade", são um deleite para a vista, e irei sem dúvida apreciá-las em detalhe muitas vezes.

 

 

 

publicado por RJ às 22:37
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Sábado, 23 de Janeiro de 2010

Aventuras e desventuras de um hobbit

 

O produtor da Warner Brothers Alan Horn, em entrevista à Varietyafirmou que a data mais provável de estreia do primeiro dos dois filmes que servirão de prequelas a "The Lord of the Rings", é de finais de 2012.

 

Ora bem, vamos recapitular, fazendo uma retrospectiva sobre as aventuras e desventuras que têm envolvido o início dos trabalhos nessa nova viagem à Terra-Média:

 

Desde a estreia do último capítulo da trilogia do anel, "The Return of the King", no Natal de 2003, e do seu sucesso, quer a nível de bilheteiras, quer a nível da "crítica especializada", (afinal este terceiro capítulo levou para casa os 11 Óscares para que estava nomeado), que se pensa em "The Hobbit", a prequela da trilogia.

Ainda assim, depois de descansar do árduo trabalho de dar vida à obra-prima literária de J. R. R. Tolkien, e de fazer uma dieta, Peter Jackson tira umas férias para longe da Terra-Média e aventura-se a fazer o remake de "King Kong", um amor cinematográfico da infância do realizador.

O resultado? Mágico, mais uma vez. Mas os fãs continuavam a aguardar ansiosamente por uma nova visita ao universo de Tolkien (ou não fossem eles fãs, claro está), além de que esta prequela seria sem dúvida uma aposta ganha, desde que Peter Jackson mantivesse algum "controlo criativo".

 

E eis que, em meados de 2006, Peter Jackson processava a New Line Cinema, por acertos de dinheiro.

Seguem-se tempos em que o futuro de "The Hobbit" é incerto, até chegarmos a Dezembro de 2007, altura em que Jackson e a New Line fazem as pazes. No entanto, apesar de ter resolvido as suas questões de dinheiro com a produtora, fica claro nesta altura que Jackson não ocuparia a cadeira de realizador da prequela, devido aos seus compromissos com "The Lovely Bones" e à sua cooperação com Steven Spielberg numa trilogia que trará Tintin ao grande ecrã.

No entanto, Peter Jackson, a sua mulher Fran Walsh e a amiga do casal, Philippa Boyens, argumentistas e produtores de "The Lord of the Rings", iriam manter-se como argumentistas e produtores de "The Hobbit", portanto, mesmo com uma mudança no cargo de realizador, o projecto não estaria mal encaminhado.

É também anunciado que esta prequela iria consistir em dois filmes, sendo o segundo uma possível ponte de ligação com a trilogia do anel, explorando acontecimentos que conduzem até essa trilogia mas que não fazem parte de "The Hobbit".

 

Começa então a especulação sobre quem seria o realizador, tendo os nomes mais prováveis na altura sido os de Sam Raimi, Alfonso Cuáron Guillermo Del Toro. A escolha acabou por recair no mexicano Del Toro, realizador dos filmes "Hellboy" e do fenomenal "El Laberinto Del Fauno".

Por esta altura, os dois filmes tinham como data de estreia provável, os Natais de 2010 e 2011...

 

Porém, em meados de Fevereiro de 2008, os herdeiros de J. R. R, Tolkien processam a New Line Cinema por acharem que a produtora ainda lhes devia dinheiro. Voltam a surgir dificuldades, e o futuro do Hobbit volta a ser incerto.

Felizmente esta questão lá se resolve, e tudo parece estar bem encaminhado...

 

Então segue-se a falência da New Line Cinema, que é comprada pela MGM, e a data de estreia dos filmes é por esta altura de Natais de 2011 e 2012.

A MGM vai por sua vez à falência e a Warner Brothers vem então assegurar a produção de "The Hobbit", (sendo que a New Line existe agora sobre a alçada da Warner Brothers).

 

Depois da escolha do realizador, e de o projecto continuar a sobreviver face às inúmeras dificuldades que encontrou, a especulação começou em relação a quem seria o actor a interpretar o protagonista Bilbo Baggins, com nomes como os de James McAvoy e Martin Freeman a liderar as apostas.

Com tudo isto, desde há para aí, ano e meio que Peter Jackson, Fran Walsh, Philippa Boyens e o realizador Guillermo Del Toro andam a trabalhar nos argumentos dos dois filmes, sendo que Del Toro disse lá por finais de 2008 que estariam perto de anunciar o actor a desempenhar o papel principal de Bilbo Baggins...

 

Tobey Maguire foi umas quantas vezes anunciado como sendo o escolhido para interpretar Bilbo, (rumor este que foi recentemente negado pelo próprio Guillermo Del Toro no fórum do site TheOneRing.net) mas nada de concreto quanto ao protagonista foi revelado até agora.

De momento, foi anunciado que o argumento da primeira prequela está terminado e a equipa está agora a trabalhar no da segunda prequela.

 

Pensava-se que os filmes começariam a ser filmados no início do Verão deste ano, sendo que o tempo total de filmagens é de 13 a 14 meses, e tendo em conta que a construção de sets já começou, mas com esta declaração do produtor Alan Horn, em como o primeiro filme só estreará em finais de 2012, volto a duvidar de que vejamos grandes avanços no que a estes filmes diz respeito num futuro próximo.

Os processos de casting aparentavam estar a avançar, mas com as nossas expectativas frustradas tantas vezes, e com o anúncio de que a divulgação da preciosa informação de quem serão os actores principais, a ser repetidamente anunciado como estando "para breve" desde há ano e meio, parece-me que todos os que aguardam impacientemente por este filme, terão de se encher de paciência.

 

O rumor mais popular no momento sobre quem será Bilbo aponta para David Tennant.

Ainda assim, o cerne da questão parece residir no facto de a produtora precisar de ver os argumentos concluídos para ser acertado o orçamento dos dois filmes, e só depois poderemos ver a escolha de actores anunciada.

Enfim... a paciência é uma virtude, mas não há dúvida de que estas prequelas estão a ter um parto difícil e demorado.

 

 

 

publicado por RJ às 16:39
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Sexta-feira, 8 de Janeiro de 2010

K Poster Awards 2009 - O Pior

Assim começa a minha retrospectiva do ano de 2009. 

E nada melhor para começar, do que avaliar uma componente do Cinema bastante apreciada por mim: posters.

Os posters podem ser muito mais do que simples cartazes a indicar às pessoas o título de um filme e os famoso que nele entram. Quando bem feitos, além de criarem curiosidade e expectativa em relação a um filme, são puras obras de arte que perdurarão na memória das pessoas juntamente com o filme, ou até no lugar deste.

 

Aqui fica o pior do mundo dos posters em 2009, dividido em categorias, algumas das quais, servem para visitar alguns clichés comuns no mundo dos posters:

 

 

 Déjà Vu

 

  

 

O primeiro poster para "Jennifer's Body", (filme que sai directamente para DVD em Portugal, com Megan Fox a interpretar uma adolescente possuída por um demónio que resolve começar a comer, literalmente, os rapazes da escola), copia aqui descaradamente o poster para a popular série sobre vampiros, "True Blood".

Por ser tão óbvio, não sei se poderá ser uma "homenagem" ao poster da série, (apesar de não me parecer ser esse o caso, honestamente), mas de qualquer forma, é falta de originalidade, tratando-se simplesmente de imitar uma ideia "atraente".

 

 

Clichés do Costume:

 

Personagens Principais em Pose Séria/Aventureira

 

 

 

Comum no blockbuster. Quando a imaginação não é muita, e quando a imagem das personagens é familiar à maior parte da população do planeta, basta colocá-los com um olhar sério, (também conhecido como "pose standard dos filmes de aventura"), e deixar a já elevada fama do franchise fazer o resto.

O pormenor de não mostrar completamente o nome do franchise do filme também é um pormenor engraçado, e ilustra bem este princípio. No fim de contas, o Harry Potter é tão conhecido que nem é preciso mostrar o título completo, pela cara dos actores e com o desenho de duas ou três letras, as pessoas chegam lá.

 

 

Cabeças a Flutuar

 

Este é um dos grandes clichés do mundo dos posters, colocar o rosto do(s) protagonista(s) sobre um fundo com cores atraentes e possíveis cenários exóticos, para atrair facilmente o olhar do comum espectador.

O que torna este poster de "Avatar" exemplo do que se fez de pior este ano nesta nobre arte, é não só usar este cliché tão repetido, como usá-lo para produzir um resultado tão fraco. Mesmo tendo cores "agradáveis à vista", muita boa gente conseguiria fazer melhor no Photoshop com uma ou duas imagens do filme.

A desilusão torna-se ainda maior dada a grande produção de que se trata. São estes super-blockbusters que dispõem das maiores equipas criativas, mas no entanto, são na maioria das vezes destes super-blockbusters que vêem posters repetitivos e fracos como este.

Lá está, as tais equipas criativas estavam todas ocupadas com os efeitos especiais...

 

 

Close-Up da Cara de Um Actor Conhecido e Fundo Pirotécnico

 

 

 

É uma ligeira variação do cliché anterior, e é um tipo de poster comum à maioria dos filmes de acção. Afinal, não há nada que atraia tanto o típico apreciador do espectáculo pirotecnico como a cara de um actor famoso e um fundo frenético que promete a referida priotécnia. 

 

 

Imagem com Significado Confuso

 

 

Claro que a maioria dos posters não fazem muito sentido do ponto de vista estritamente lógico. Tenham eles desenhos que desafiem a criatividade ou montagens fraquinhas, o poster não tem de responder de forma afirmativa à pergunta "Isto podería acontecer na realidade?", quer seja bom ou mau.

Em todos os posters que apresentei até ao momento, existe falta de lógica, pela negativa, mas existem sempre posters que sobressaiem por realmente não fazerem sentido de qualquer ponto de vista. Colocar simplesmente as cabeças dos protagonistas a flutuar, serve o propósito de apresentar uma "carinha laroca" ou atrair espectadores com caras conhecidas, mas este poster do "Terminator Salvation", apesar de possivelmente servir para atrair as fãs do Christian Bale, não tem realmente sentido nenhum. E ainda existe outra versão com a personagem do Sam Worthington.

A menos que me esteja a escapar algum pormenor que fizesse esta imagem ter sentido, ela é mesmo um ataque à lógica, mesmo dentro do que é aceitável num poster.

Vejamos: temos o Sr. Bale à chuva, com ar de durão. Isso percebo, lá está, para atrair as fãs. Mas e o resto?

Está ali a centímetros da cara dele uma coisa parecida com uma mão de uma máquina, ou qualquer outro componente com aspecto ameaçador, e ele continua estático aparentando não ter reparado numa coisa que daqui a um ou dois segundos irá colocar em risco tudo o que está acima do seu pescoço...

Estranho.:

 

 

Prémio Especial:

 

Poster para Raparigas Adolescentes Fãs de Sagas Ridículas

 

 

Sobre este acho que nem é preciso dizer muita coisa, o título fala por si...

É o tipo de poster que encontrarão nas paredes dos quartos das tontinhas fãs do Lusco-Fusco, (nome bastante apropriado para esta saga, da cortesia do JBM).

 

 

 

publicado por RJ às 23:10
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Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009

As fantasias de James Cameron

 

Bem, já todo o mundo deve ter visto o trailer de "Avatar", mas de qualquer forma, fica aqui o link.

Ah e já agora, vale a pena lerem isto.

 

Opiniões sobre o trailer? Bem, só tenho a dizer que fiquei menos entusiasmado do que estava à espera.

Tem pessoas azuis com cara de gato muito bem feitas, sim, tem uns monstros e uns visuais aparentemente muito interessantes mas... simplesmente não coloca a minha curiosidade ao nível de expectativa elevadíssimo que milhões têm para este filme.

 

O filme mais incrível/revolucionário/importante da década? Hmm... Não me convencem.

Quer dizer, até admito que pode muito bem ser um passo decisivo para o triunfo do 3D, se fôr de facto uma experiência visual incrível mas ainda assim, chamar-lhe o filme mais importante da década ou do milénio?

Pode ser de facto importante no sentido de um avanço tecnológico que torne o 3D mais popular, mas o que é que isso nos diz se for isso tudo o que "Avatar" tem para oferecer? Que o futuro do Cinema é simplesmente os efeitos especiais?

 

O Cinema nasce como entretenimento, sim, porém "Cinema enquanto arte" ser substituido por "Cinema enquanto uma espécie de divertimento de circo" não me parece um futuro muito risonho.

Poderão dizer que os efeitos especiais também são uma arte. Sim, e concordo. São uma componente bastante importante no sentido de terem oferecido ao Cinema a oportunidade de dar um passo em frente a nível visual, sendo a imagem elemento primordial do Cinema. Mas eu não quero ter a triste experiência de ver no futuro o Cinema perder a sua alma para ser um género de barraquinha de circo onde se entra para ver coisas a 3D. Os efeitos visuais são cruciais para ajudar a contar histórias, e têm ajudado a trazer ao Cinema verdadeiros mundos de maravilhas, mas as histórias são o que está na origem de qualquer imagem que se veja no ecrã, e perder a habilidade de contar boas histórias se a componente visual do 3D fôr tudo o que se quer oferecer às pessoas, vai levar as pessoas a esquecer que o Cinema conta (ou contava) histórias, que o Cinema as apaixona (ou apaixonava) pelas suas histórias, por aquela habilidade mágica de nos fazer rir, ter medo e chorar de emoção quando cria connosco uma ligação emocional profunda.

 

Vejam as animações, cada vez mais belas visualmente como o recente "Wall-E". Os efeitos visuais ajudaram a criar esse mundo de maravilha mas não se esqueceu na criação dessa animação uma história comovente, que torna esse filme uma das melhores obras de animação que já vi.

As obras do meu realizador preferido, Tim Burton, são demonstrações dos mundos de sonho e pesadelo que o Cinema consegue criar, são demonstrações das visões maravilhosas que o Cinema cria quando se usa todo o potencial de uma imaginação rica e invulgar unida ao poder das imagens.

"Star Wars" de George Lucas foi um dos maiores passos a nível de efeitos especiais do Cinema, senão mesmo O grande passo, mas isso não impediu que se criasse nessa saga uma space-opera épica com um contexto humano de grande densidade.

"The Lord of the Rings", (sobre o qual eu gosto de falar como uma única obra), é o meu filme preferido, (ou filmes, como quiserem), não por toda a extraordinário riqueza visual que ofereceu, mas pela história que considero ser a melhor que vi o Cinema contar, pela sua riqueza emocional verdadeiramente tocante, por ter essa alma pura de um autêntico e inesquecível Filme.

 

Eu gosto profundamente da componente visual do Cinema, apenas não quero imaginar um futuro em que os espectadores de Cinema sejam indivíduos que colocam óculos especiais para sairem das salas divertidos mas não emocionados, não tocados por uma história que os faça questionar, que os faça pensar, e acima de tudo, que os apaixone.

 

 

 

publicado por RJ às 20:18
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Terça-feira, 8 de Setembro de 2009

O mais puro Cinema

 

 

"Inglourious Basterds" é apenas mais uma obra que mostra algo que não era novidade para mim, e não deveria ser para ninguém: Quentin Tarantino é um dos maiores amantes de Cinema do mundo.

E digo "amante de Cinema" em vez de "realizador", pelo simples facto de que, o que o torna um dos melhores realizadores de sempre, autor não de filmes no sentido de um simples desfilar de fotogramas, mas de verdadeiros Filmes, ser o facto de amar profundamente o Cinema.

Não que o amor por uma arte se possa medir com uma balança, ou por outro meio qualquer, mas quem também ama sente-se ao ver uma obra-prima de Tarantino, (como este "Inglourious Basterds", "Pulp Fiction" ou "Kill Bill"), como se estivesse no seu lar.

 

Estas obras vivem para além da frieza de câmaras e projectores, são Filmes que se tornam mais do que Filmes e que vivem para além do Cinema: são paixão, arte na sua forma primordial.

 

 

 

 

publicado por RJ às 21:49
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Segunda-feira, 17 de Agosto de 2009

Déjà vu no mundo das celebridades

 

São a actriz Zooey Deschanel e a cantora Katy Perry. Agora, quem é quem?

Este é mais um caso no mundo das celebridades, que pode baralhar um pouco os que forem menos bons a reconhecer caras.

 

 

 

publicado por RJ às 11:18
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