Domingo, 23 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Actores

  

3

 

 

 

 

Jim Carrey ("I Love You Phillip Morris")

 

2

 

 

 

Ricardo Darín ("El Secreto de Sus Ojos")

 

1

 

 

 

Leonardo Di Caprio ("Inception")

 

 

"I Love You Phillip Morris" não conseguiu agarrar muito público, o que não deixou de ser triste, apesar de não ser nada surpreendente. O polémico tema da homossexualidade deu para criar um passa-palavra modesto em torno do filme, mas não chegou. E isto é triste porquê? Porque Jim Carrey faz uma interpretação impressionante, que é seguramente uma das melhores da sua carreira.

A homossexualidade é muito melhor aceite hoje do que no passado, disso não existem dúvidas, mas quer queiramos ou não admiti-lo, mesmo que já não se mostre discriminação de forma tão ostensiva na praça pública, a questão ainda não é encarada com naturalidade no íntimo da maioria da população. Daí que essa maioria vá acabar por perder uma das melhores interpretações do ano, que me parece ter sido lamentavelmente esquecida nos prémios de Cinema.

Além de um factor que terá sempre peso, que é ser um papel muito difícil de interpretar dado que o próprio Jim Carrey não é homossexual (assim como Ewan McGregor, com quem contracena), a interpretação é impressionante porque apresenta Jim Carrey naquele registo mais sério e dramático, longe das palhaçadas em que às vezes se envolve, e que mostra o verdadeiro potencial do actor. Ainda que a interpretação, assim como o próprio filme, vá do drama ao romance, passando pela comédia inteligente, nunca perde a elegância e a seriedade.

Uma pequena grande surpresa que deve obrigatoriamente ser descoberta.

 

 

É preciso estar sempre atento, porque longe de Hollywood encontramos muitas vezes alguns dos melhores filmes e alguns dos melhores actores. Ricardo Darín é um actor a quem irei ficar muito atento de futuro, porque a sua interpretação em "El Secreto de Sus Ojos" consegue ir além de ser simplesmente marcante.

Não se pode dizer que carregue o filme às costas porque o filme tem muitos mais aspectos fabulosos do que apenas a sua interpretação (mesmo que esta seja um dos melhores aspectos do filme), mas acaba por carregar uma outra coisa, também muito importante: o drama da história. A intensidade da interpretação do actor é equivalente à intensidade do filme em si, pois Darín é responsável por criar uma ligação emocional fulcral que nos leva a viver a história, quase com a intensidade com que a sua personagem vive.

 

 

Os dias em que Leonardo Di Caprio era só um menino bonito que provocava paixonetas em adolescentes já lá vão. A escolha de Di Caprio para melhor actor do ano faz-se tanto por "Shutter Island" como por "Inception", ainda que, tendo de escolher, talvez colocasse com uma pequena vantagem, a sua interpretação no filme de Christopher Nolan. Porém, é inegável que são curiosamente, dois papéis com aspectos muito semelhantes: homem perdido no meio de sonhos e perseguido pelo fantasma da mulher, por exemplo.

Assim sendo, os elogios que se tecem a uma das interpretações podem facilmente ser aplicados à outra. Tanto num filme como no outro, Di Caprio mostra uma grande maturidade, e a sua interpretação é densa.

Basta olharmos para os seus olhos para vermos o retrato perfeito de um homem assombrado, que se deixa levar cada vez mais por uma espiral de obsessão. E à semelhança do que acontece em "El Secreto de Sus Ojos", Di Caprio pode não ser a única coisa boa tanto no filme de Martin Scorsese como no de Nolan, mas a sua interpretação é uma peça chave nas duas obras. Em "Inception", a sua personagem é aquela que cria uma melhor ligação com o espectador, e é graças a tal ligação que conseguimos mergulhar tão facilmente na complexidade da história. E a história de "Inception" é no âmago, não sobre múltiplos níveis de sonho, mas sobre a dor de um homem que não consegue afastar a culpa que sente pela morte da mulher, e que quer acima de tudo o resto, estar novamente com os seus filhos.

 

 

(menções honrosas: Jesse Eisenberg e Andrew Garfield que surpreenderam muito em "The Social Network", e George Clooney em "Up in the Air", que ocuparia o quarto lugar)

 

 

 

publicado por RJ às 21:55
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Domingo, 9 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Actrizes

  

3

 

 

Vera Farmiga ("Up in the Air")

 

 

2

 

 

 

Evan Rachel Wood ("Whatever Works")

 

 

1

 

 

 

Anna Kendrick ("Up in the Air")

 

 

 

"Up in the Air" é um dos melhores filmes do ano para mim, sobre o qual não consegui ainda deixar aqui uma crítica. A compôr o filme temos duas actrizes ao lado de George Clooney que fazem duas excelentes interpretações.

Vera Farmiga tem imensa classe, mas destaco principalmente Anna Kendrick, uma jovem que, estando a dar os primeiros passos em grandes filmes, nos brinda com uma extraordinária interpretação. Não é fácil dividir o ecrã com Clooney, mas Kendrick não se deixa nunca eclipsar pelo carisma do Nespresso-man.

 

Evan Rachel Wood surpreendeu-me em "Whatever Works". Larry David pode não ser um Clooney, mas não há dúvida de que também tem carisma, e Rachel Wood também nunca é eclipsada. O filme vai do hilariante ao comovente como só Woody Allen consegue fazer, e Melody, a rapariga um pouco simplória mas doce, é tão essencial como o neurótico Boris.

A minha preferência recai ainda assim sobre Anna Kendrick, mas não há dúvida que temos aqui duas jovens actrizes às quais devemos prestar muita atenção no futuro.

 

 

(Nota: Ficaram lamentavelmente por ver "An Education" e "Precious", falhas que espero colmatar em breve.)

 

 

 

publicado por RJ às 22:17
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Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011

O melhor de 2010 - Efeitos Visuais

 

3

  

  

"Alice in Wonderland"

  

2

 

 

"Scott Pilgrim VS The World"

 

1

 

 

"Inception"

 

 

Visualmente, Tim Burton nunca erra. Já nos habituou aos mundos mágicos que cria filme após filme, e a sua versão de "Alice in Wonderland" não é excepção. Pode falhar algumas vezes quanto ao ritmo em que desenvolve a história, mas visualmente é o mais puro encanto.

Ah, e não vi o filme em 3D.

 

"Scott Pilgrim VS The World", apesar de estar aqui em 2ºlugar, deve ser considerado como um caso à parte. Visualmente, é algo tão diferente, tão novo, que é difícil de comparar. É um filme à parte, está numa categoria só para ele.

A fusão entre o mundo dos jogos de vídeo e dos comics com a realidade é de uma criatividade extremamente difícil de encontrar e trouxe-nos das maiores lufadas de ar fresco de que me lembro.

 

"Inception" é brilhante de tantos pontos de vista, inclusivé no visual. O gosto de Christopher Nolan por fazer as coisas "a sério" até onde é possível, em vez de usar excessivamente os computadores, resulta em algumas das melhores sequências dos últimos anos, como a "luta anti-gravidade no corredor", ou as sequências na neve.

Apesar de o CGI marcar presença, este é daqueles casos em que deslumbra. A cena da "introdução aos sonhos de Ariadne" em Paris, com a rua a explodir, seguida daquela "inversão da cidade", são um deleite para a vista, e irei sem dúvida apreciá-las em detalhe muitas vezes.

 

 

 

publicado por RJ às 22:37
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Domingo, 2 de Janeiro de 2011

Ano novo, vida nova

 

Antes de mais, quero pedir desculpa pela ausência nas últimas semanas. Deveu-se a uma atarefada quadra natalícia.

 

Desejo a todos os visitantes, um próspero 2011, que, se tudo correr bem, deverá ser bem mais próspero em actualizações aqui do KritiCinema do que o ano passado.

Aproveito também para deixar um pequeno teaser: estou a desenvolver um novo projecto blogosférico que deverá ver a luz do dia muito em breve, e que anunciarei aqui. Não significará o fim do KritiCinema, será um projecto diferente para desenvolver em paralelo.

 

Na próxima semana planeio fazer uma pequena retrospectiva do ano cinematográfico que passou.

Espero portanto trazer uma lufada de ar fresco à minha modesta contribuição para a blogosfera neste novo ano.

 

Stay tuned!

 

 

 

publicado por RJ às 21:21
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