Segunda-feira, 30 de Agosto de 2010

Brinquedos que ensinam os crescidos

 

 "Toy Story 3"

 

Woody: So long... partner.

 

 

A Pixar conquistou o mundo.

Lamento, mas agora somos todos escravos dos seus filmes de animação. Rendemo-nos e não conseguimos combater os extraordinários sentimentos que eles despertam em nós.

Mas ninguém percebeu muito bem como é que se processou essa conquista. Foi um golpe muito bem planeado e ainda melhor executado. Os filmes surgiram sorrateiramente mas fazendo grande furor logo à chegada.

Ninguém percebeu bem o golpe porque ninguém estava à espera. Os soldados vieram muito bem camuflados: parecem coisas para crianças à primeira vista, mas o que são verdadeiramente são filmes para adultos. As partes cómicas estão lá, e são brilhantes, como a hilariante adição do Ken, o brinquedo-homem que tem problemas existênciais de ser brinquedo de menina, mas tudo isto serve para tornar o drama menos pesado e mais acessível às crianças, não é de todo o foco da história..

À saída da sala de Cinema, as diferenças na reacção ao filme não puderiam tornar isto mais evidente: as crianças riam e imitavam as proezas dançarinas do alter-ego espanhol do Buzz Lightear, os crescidos tentavam esconder o facto de o filme os ter deixado com uma lágrima no canto do olho. Ou até com mais do que uma. E é sempre sinal de qualquer coisa mágica quando ao terminar o filme, uma sala esgotada aplaude.

 

E o currículo do estúdio continua imaculado, com uma obra fenomenal atrás de outra e verdadeiros clássicos como são "Wall-E", "Up" e esta trilogia "Toy Story".

Poucas histórias com "pessoas de verdade" oferecem uma lição sobre o crescimento com a densidade emocional apresentada por este "Toy Story 3". E é uma história de crescimento ainda mais dramática do que a da criança que tem de passar a adulto, é a dos brinquedos que têm de assistir a essa transformação e que não podem deixar de ser o que são. Os bonecos sentem como "pessoas de verdade" e lidam com problemas de "pessoas de verdade", e tudo porque querem continuar a ser bonecos, querem continuar a dar a uma criança memórias inesquecíveis de dias de inocência em que se fazia florescer a imaginação.

 

Lida-se com sentimentos tão dolorosos como o abandono e o ser-se substituído e esquecido. E mais do que tudo, principalmente através da mais que heróica personagem de Woody, lida-se com essa dificuldade em deixar que a criança a quem se prometeu companhia para sempre, prossiga sem os seus mais que fiéis amigos para o mundo dos crescidos.

O final é do mais tocante que se tem visto nas salas de Cinema. Deixa todos os crescidos enternecidos pelo significado que acarreta e fala para a criança que vive eternamente dentro de todos. As crianças propriamente ditas, mesmo que estejam mais contaminadas pela alegria da comédia do que por qualquer outra coisa, sentem lá no fundo que o momento é o de uma triste despedida. E o adulto à espera de acordar dentro delas diz-lhes que aproveitem ao máximo o tempo de que dispõem até terem de deixar a idade da imaginação. Mais crescidos ou menos, o momento é tocante para todos.

 

A Pixar deixa-nos tristes, mas de uma forma incrivelmente reconfortante.

 

 

9.5/10

 

 

 

publicado por RJ às 23:32
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Quarta-feira, 4 de Agosto de 2010

O destino não importa

 

Mal: You're waiting for a train. A train that will take you far away. You know where you hope this train will take you, but you can't be sure. Yet it doesn't matter - because we'll be together.

 

("Inception", 2010)

 

 

 

publicado por RJ às 00:09
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Segunda-feira, 2 de Agosto de 2010

Acordei

 

Saí há horas da sala de Cinema mas continuo atónito.

"Inception" é um sonho tornado realidade. Quando acaba sentimos que acordamos, que acordamos de um sonho poderoso que agarrou no nosso coração e nos fez sentir cada batimento. É estar maravilhado, acordou a nossa mente e os nossos sentidos.

 

(opinião completa dentro de pouco tempo)

 

 

 

publicado por RJ às 00:35
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