Terça-feira, 24 de Junho de 2008

Enfrentar o Desconhecido

 

 

(contem spoilers)

 

Na nossa vida, existe uma altura em que todos somos confrontados pela avassaladora sensação de que algo nos transcende e ultrapassa os limites que haviamos definido. Quando tomamos consciência de que o mundo que conhecemos e as suas regras, são apenas uma pequeniníssima parte de um plano muito maior.

"The Village" de M. Night Shyamalan fala-nos dessa esmagadora sensação de enfrentar e suportar o desconhecido.

 

Ter medo do escuro não é mais do que ter medo do que se desconhece, de algo que não podemos ver e do qual não sabemos o que esperar. E é natural temer o que não conhecemos, faz parte do nosso ser, e ao pôrmos em dúvida a segurança de determinada coisa, estamos a proteger-nos.

Sentimo-nos seguros quando podemos olhar à nossa volta e ver que tudo parece ter um fim e um propósito. A luz traz-nos segurança e a noite traz-nos um manto negro onde não distinguimos um fim.

 

Os fundadores da vila, usam o desconhecido, a escuridão, para proteger os seus descendentes. Através do medo de criaturas vindas dos bosques, criam uma atmosfera de paz e alegria, parada no tempo, cuja razão de ser se encontra protegida pela ilusão de que algo de terrivelmente mau os ameaça, caso ousem ser curiosos.

Contudo, mesmo parados no tempo onde os vícios e a violência trazidos pelo avançar dos tempos não os atingem, as fundações da comunidade podem ser afectadas...

 

Não somos nós protegidos em pequenos por limites que nos impedem de cair nas mãos dessa violência da sociedade? E não é o tomar consciência de que algo enorme e por vezes perigoso nos aguarda assim que deixarmos de poder ser protegidos por tais fronteiras, o primeiro passo no crescimento?

 

Shyamalan conta assim uma história eterna e mágica, sobre esse horizonte longínquo que tememos enfrentar, causa de medos e receios, que é a barreira entre o seguro e o inseguro, o que compreendemos e o que desconhecemos, e os perigos aos quais não podemos escapar.

 

 

 

publicado por RJ às 19:52
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De Palavreadora a 26 de Junho de 2008
muito bem pensado, ainda melhor escrito. gostei mesmo de ler este texto, reflecte muito do que eu própria penso.
parabéns.
abraço
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