"Harry Potter and the Deathly Hallows - Part II"
Harry Potter: Why are you here, all of you?
Lily Potter: We never left.
Harry Potter percorreu um longo caminho desde que abandonou aquele pequeno armário debaixo das escadas para conhecer um mundo mágico. Nesses dias, dava os primeiros passos para a entrada na adolescência, e via as suas esperanças de criança tornarem-se realidade. Depois, já adolescente, aprendeu que além de o mundo poder ser mágico, pode ser mau, muito mau, e que muitos adultos abandonaram definitivamente as suas esperanças de criança. Agora, Harry torna-se um adulto, o que, com todas as responsabilidades que acarreta, significa que é a sua vez de transformar o mundo.
O que faltou a Harry Potter, foi essencialmente uma visão de conjunto. Os primeiros filmes foram feitos quando o final da história ainda estava em aberto, e foram quatro os realizadores que preencheram a pouco e pouco o mundo de Hogwarts, cada um à sua maneira. A falta da visão de conjunto fez com que, em certos aspectos, a saga não seja um produto tão coeso como deveria ter sido. Nem sempre se deu real tempo de antena às coisas que eram fundamentais para a história, e as coisas iam passando demasiado depressa, (o que foi particularmente visível no "Order of the Phoenix", o filme mais fraco).
Mas ter ainda um ou dois filmes pela frente é muito diferente de estar a fazer o último filme, e nota-se que a responsabilidade de ter de encerrar com chave de ouro surtiu um efeito positivo. Fizeram-se cortes apropriados na história, como o do passado de Dumbledore, mas felizmente não se resolveu à pressa a sub-história de Snape, que era a parte do livro em relação à qual eu estava com mais receios, devido à forma atabalhoada como a série tratou em filmes anteriores os flashbacks.
Um dos grandes trunfos da série foi Alan Rickman, e neste capítulo final, os louros são entregues ao seu Severus Snape com o devido cuidado. Juntamente com a cena da Floresta Proíbida, a viagem às memórias de Snape é das melhores cenas deste filme, e de toda a saga, e parte fundamental do ritual de passagem. Faz parte do ser adulto, a consciência de que o mundo não é preto e branco, e a descoberta do Bem em pessoas em que antes viamos apenas o Mal, e vice-versa.
Algumas das poucas cenas atabalhoadas do filme, são curiosamente (ou não), igualmente atabalhoadas no livro, como a morte do velho guia de Harry, o professor Lupin. Aqui, foi fruto do querer ser fiel ao livro, quando talvez tivesse sido melhor tomar alguma liberdade criativa. É das adaptações da saga mais fiéis, aspecto novamente revelador do desejo de não desiludir os fãs.
O trio principal também não se desleixou, e como poderia? Era sobre eles que grande parte das expectativas recaíam. Emma Watson convence-me de que será quem terá mais hipóteses de um excelente futuro profissional "pós-Potter", o que já vem do filme anterior, em que, juntamente com Rupert Grint teve mais espaço para brilhar e mostrar do que é capaz. Nesta segunda parte, o foco vai para Harry, e Daniel Radcliffe dá-nos uma das suas melhores prestações da saga. Emma pode ser quem tem mais talento, mas apesar das críticas, sempre achei Daniel um excelente retrato do Harry que via nos livros. Foi alguma falta de atenção a cenas emocionalmente fortes anteriormente que por vezes o impediu de ir mais além. Logo, assumindo-se o triste ambiente de despedida, teve mais espaço para brilhar. Soube lidar bem com as cenas emocionais que mais significado têm para a sua personagem, e para a história no geral, e assume-se sem medos como Harry.
Harry percorreu de facto um longo caminho, mas nós também. Ele cresceu, e nós crescemos com ele. Este é o significado fundamental que as suas aventuras têm, pois mais do que uma história de feiticeiros e criaturas mágicas, a sua saga é uma crónica das fases do crescimento que nos levam, como a ele, a entrar na idade adulta. A ver "Harry Potter and the Deathly Hallows - Part II" não nos estamos só a despedir de Harry Potter, estamos a despedir-nos de quem éramos quando começámos a acompanhá-lo.
É surreal pensar que já não voltaremos a entrar na sala de Cinema para o ver, e mesmo depois de as luzes se apagarem não acreditamos. É a parte mais difícil da passagem para o mundo dos crescidos, conseguir reunir coragem para nos despedirmos da criança de outrora.
Harry também tem de reunir essa coragem, e o momento da despedida chega-lhe na Floresta. É claramente o ponto em que o jovem dá lugar ao adulto, reconciliando-se com o seu Passado através de uma visita final dos adultos que o protegeram, para tomar o lugar destes. Não admira que um pouco por toda a sala, caiam algumas lágrimas.
Quando nos tornamos adultos, chega a tendência para duvidarmos dos sonhos e das esperanças que tivemos quando éramos crianças. Dumbledore aparece para tranquilizar Harry, e para nos tranquilizar a nós. O que é dito a Harry mais não é do que a própria autora, J. K. Rowling a falar. As palavras são algo poderoso, e os sonhos da infância e da adolescência não devem ser esquecidos, se nos queremos tornar em adultos capazes de ajudar e compreender as crianças do futuro.
O epílogo da história, destina-se a essas crianças. Até agora, a saga teve um lugar especial nos corações de uma ou duas gerações, e essas gerações estarem a despedir-se de Harry no Cinema não deve significar que outras não o possam descobrir. O comboio da estação nove e três quartos estará lá, para ser apanhado por todos os que no futuro quiserem conhecer ou revisitar o mundo mágico, e será isso que tornará esta história eterna.
Claro que tudo aconteceu na nossa cabeça, mas porque é que isso haveria de significar que o tempo que passámos com Harry não foi verdade?
9/10
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