Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2009

Um magnífico 2010!

 

Desejo a todos os que por aqui passarem, um excelente 2010, não só rico em filmes mas rico em todas e quaisquer experiências que possam ser únicas, e uma passagem de ano a recordar, (por bons motivos).

 

Até para o ano!

 

 

 

publicado por RJ às 15:13
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"Sherlock Holmes"

 

Guy Ritchie trás-nos uma reinvenção da clássica personagem de Sir Arthur Conan Doyle, com visões diferentes sobre as personagens principais, que tentam aproximar "Sherlock Holmes" mais das suas verdadeiras origens, os romances e contos originais, afastando noções que tenhamos da personagem trazidas posteriormente, com peças de teatro e primeiras adaptações ao Cinema.

 

O próprio ponto na história de Holmes de que o filme decide partir é curioso. Apesar de ser a reinvenção da personagem, não é uma típica história de origens, relatando o começo da relação com Watson ou a sua juventude. Aqui, Holmes e Watson partilham já a mesma casa, e várias aventuras, há bastante tempo, Watson pensa já em afastar-se do louco, ainda que empolgante, mundo do seu amigo e casar-se, e Holmes já conheceu uma rival intelectual no sexo oposto com Irene Adler, (Rachel McAdams).

Com todas estas coisas postas de parte, entramos no mundo deste Sherlock Holmes, no meio de aventuras. A personagem já se estabeleceu, assim como a sua relação com o mundo e com as pessoas que gravitam em seu torno. É como entrar na vida de alguém a meio, e ao mesmo tempo, vamos descobrindo as origens da pessoa sem ser preciso que nos sejam expressamente ditas, e tudo parece familiar.

O detective encontra-se porém perante um desafio que ameaça não só pôr à prova o seu intelecto, mas que o ataca intimamente e desafia a sua racionalidade. Este desafio é Lord Blackwood, (Mark Strong, numa excelente interpretação), uma figura sombria pertencente a uma socidade secreta, aparentando possuir poderes além do alcance do comum dos mortais, e que planeia pôr em curso eventos que alterarão para sempre o destino de Inglaterra e do mundo.

 

Aqui temos um elemento que resulta curiosamente bem no filme: incluir toques do sobrenatural. Á primeira vista, dir-se-ia que estas ideias, escapando à racionalidade, não são de forma alguma compatíveis com uma personagem com uma forma profundamente lógica e racional de olhar o mundo, mas o facto de Holmes ser confrontado com alguém que o avisa para o facto de ser necessário ele "ampliar a sua visão" das coisas para compreender os eventos que irão tomar lugar, coloca um fantástico desafio à personagem. Se conhecemos Holmes numa altura em que a sua forma de pensar já está estruturada há muito tempo, é então necessário um elemento diferente para explorar a personagem, o que é personificado neste contraste da forma lógica do pensamento do detective com a ameaça de que poderão existir coisas capazes de frustrar essa lógica, que operam num plano diferente àquele em que Holmes tem domínio.

 

Sherlock Holmes sempre foi alguém capaz de equilibrar a habilidade física com a mental. Já nos contos era descrito como alguém bastante ágil, que era também um pugilista amador e hábil na esgrima. Portanto, não é insulto nenhum à personagem retratá-la como alguém capaz de participar em momentos de acção com uma destreza, e isso leva até a personagem um pouco mais ao encontro das suas origens, (mesmo que o filme possa ter momentos de acção a atirar um pouco para o "cómico-juvenil" como a luta com o gigante francês).

Porém neste ponto, o filme fornece uma visão refrescante da personagem, mantendo a excentricidade original tão caracterísitica e eterna, (fazer experiências por vezes bizarras ou inconvenientes, conseguir passar semanas deitado no sofá quando não lhe é colocado nenhum desafio que estimule o seu intelecto e fazer deduções mais rápidas e superiores às daqueles que o rodeiam, deixando-os várias vezes a ignorar os seus planos), e livrando-o de clichés que acompanham tantas vezes a personagem ao longo dos seus diversos retratos no teatro e no Cinema, aproximando-o um pouco mais das verdadeiras origens.

Nesta nova visão do detective, a interpretação de Robert Downey Jr. torna-se fundamental na personificação de um novo Holmes, que é ao mesmo tempo novo e fiel aos livros. Downey Jr. faz uma interpretação fantástica da personagem, incorporando características clássicas e novos elementos, sendo fiel a quem a personagem era, e tornando-o no seu próprio Holmes, que apesar de diferente, é tão digno de recordar como a interpretação de Jeremy Brett na fabulosa série televisiva. Brett perdurará como uma encarnação absolutamente perfeita da personagem, que é diferente desta, mas em relação à qual esta não se deve sentir de forma alguma envergonhada. Ambas merecem ser recordadas pela sua enorme qualidade, mesmo que devam ser colocadas em patamares diferentes.

 

O novo Dr. Watson é também uma encarnação fenomenal de Jude Law, que livra totalmente a personagem dos seus clichés habituais de ser um senhor de barriguinha ligeiramente desastrado, e ainda que remetendo para a origem da personagem enquanto um veterano de guerra prestes a casar-se, torna-o mais activo e mais capaz de acompanhar Holmes tanto física como intelectualmente. Mesmo que seja muitas vezes superado pelas conclusões brilhantes do seu amigo, não é de forma alguma uma personagem cujas capacidades devam ser menosprezadas.

A parceria entre Holmes e Watson possuí aqui uma química perfeita, dando credibilidade à sua longa parceria e transmitindo ao espectador uma sensação de familiariedade com a dupla, como se ambos fossem dois velhos amigos que encontramos ao fim de alguns anos, que apesar de terem mudado um pouco, permanecem inconfundíveis.

 

Se a acção trás por vezes ao filme um tom de blockbuster moderno, "Sherlock Holmes" consegue ainda assim estar muito acima do rótulo de "filme-pipoca". Os efeitos visuais ajudam a recriar o ambiente vitoriano em que se movimentam as personagens, nunca se sobrepondo ao desenvolvimento destas, e o resultado é uma aventura fantástica com o espírito original de Sherlock Holmes que possui um sabor refrescante e ao mesmo tempo um trave a aventura clássica.

 

Juntando novos elementos à imagem clássica que temos do mais famoso detective do mundo, apresentando uma visão onde o desenvolvimento de personagens não é comprometido pela adrenalina, e mantendo-se fiel às verdadeiras origens deste universo, construindo a sua originalidade com o abandonar de clichés e o aproximar do material de origem, é um filme com tom de blockbuster, mas de um blockbuster a ser levado mais a sério.

Para descobrir ou redescobrir a lenda que é Sherlock Holmes, personagem imortal e intemporal. Um filme a recordar, sem dúvida. 

 

8.5/10

___

 

Lord Blackwood: Mr. Holmes, you must wide your gaze. You underestimate the gravity of coming events.

 

Sherlock Holmes: You've never complained about my methods before.
Dr. John Watson: I've never complained! When have I ever complained about you practicing the violin at three in the morning, or your mess? Your general lack of hygiene or the fact that you steal my clothes?

 

Lord Blackwood: Holmes, you and I are bound together on a journey that will twist the very fabric of Nature.

 

[Holmes is handcuffed to the bed naked with only a pillow covering him. A maid walks in and screams]
Sherlock Holmes: Madame, I need you to remain calm and trust me, I'm a professional. Beneath this pillow lies the key to my release.
[the maid screams again and runs away]

 

 

 

publicado por RJ às 13:36
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Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2009

"Avatar"

 

É o super-hiper-mega filme de James Cameron que atraiu para si as luzes da ribalta com o estandarte do 3D, provocando todo o tipo de discussões sobre o futuro, presente e passado do Cinema.

A história? É a "Pocahontas" ou "Dances With Wolves" no Espaço, (a sério), com os egoístas dos humanos a pensarem em iniciar um massacre no planeta alienígena Pandora, para obterem uma valiosa fonte de energia, (e aqui entram os piscares de olho ao massacre dos índios na América, à guerra do Vietname e aos tão actuais problemas relacionados com o petróleo). O ex-marine Jake Sully entra no programa dos avatar, em que um humano transfere a sua consciência para o corpo de um Na'vi, um nativo do planeta, que partilha o seu DNA e as suas feições, e tem como missão infiltrar-se no clã indígena que impede o acesso à maior reserva da preciosa fonte de energia. Mas ao aprender os costumes dos nativos, Jake começa a identificar-se mais com o mundo deles do que com o dele, apaixona-se, e decide juntar-se a eles na luta contra os invasores humanos.

 

A melhor analogia em que consigo pensar para resumir o que "Avatar" é enquanto filme, (e isto porque a analogia é algo de bastante empolgante para o começo de qualquer série de pensamentos), será dizer que ver "Avatar", é um pouco como andar numa diversão de um parque de diversões. Mas uma das diversões mais espectaculares, daqueles parques enormes assim mais no estilo de uma Disneylândia. É como andar na montanha-russa mais topo de gama, mais alucinante, que mais adrenalina ponha a correr pelo corpo fora. Quando acabam as nossas voltinhas pela montanha-russa, saímos, e caso não tenhamos ficado enjoados, e até formos o tipo de pessoa que se consegue divertir com a adrenalina provocada por uma montanha-russa, mesmo que estivesse hesitante em entrar nela, sabemos que passámos um bom bocado. Foi sem dúvida divertido, e sabemos que foi mais divertido do que se fosse uma diversão de uma feira popular.

Porém, quando fôr inventada uma montanha-russa ainda mais moderna, ainda mais topo de gama, esta corre bastantes riscos de cair no esquecimento.

 

Assim é "Avatar" de James Cameron: é um excelente entretenimento, mas não é propriamente uma obra-prima do Cinema. E portanto, no futuro, quando surgirem outros Avatares, este deixa de ter algo de verdadeiramente único para oferecer, mesmo que perdure na História como impulsionador do uso da técnica 3D. É que os efeitos que hoje são topo de gama, amanhã já estão ultrapassados, e são as grandes histórias que perduram no coração dos que amam o Cinema. "Star Wars" é um bom exemplo de uma saga que revolucionou os efeitos especiais, mas que apaixonou e apaixona milhões de pessoas pela história única que conta.

 

Este "Avatar" é um belo espectáculo visual, que deve sem dúvida ser visto em 3D. Tem sequências verdadeiramente magníficas visualmente, as sequências de acção pela floresta e pelos precipícios fora vão proporcionando um bom uso do 3D enquanto ferramenta visual e todo o ambiente exótico do planeta Pandora é bastante colorido, preenchendo o ecrã com imagens que maravilharão qualquer pessoa que aprecie o que a tecnologia dos efeitos especiais trás ao Cinema, (ainda que os efeitos deste filme não me pareçam estar anos-luz à frente dos efeitos visuai de "The Lord of the Rings" ou "Star Wars").

Porém, parece-me a mim que se o visual é o melhor do filme, mostra também o seu maior problema: ser um filme feito a pensar nos efeitos especiais, e não um filme em que os efeitos especiais ajudem a contar a história, na medida em que é a história que prevalece como um elemento original e marcante para o espectador.

 

Por muitas coisas interessantes que a história tenha, (desde os tais piscares de olho, a crítica à irracionalidade dos militares e ao seu recurso fácil ao uso da força bruta, assim como a chamada de atenção para a protecção da Natureza), é uma história pouco original e previsível, em que o espectador consegue prever sem grande dificuldade, como a acção se irá desenrolar, e como tudo terminará. Sem dúvida que procura transmitir ideias interessantes, mas ideias que não são exclusivas a este filme, (mesmo em relação à ideia da energia a unir todas as coisas... alguém disse Força?), procurando Cameron atirar para ali um pouco de "teoria científica", para muitas coisas parecerem menos místicas.

O filme foi claramente pensado como espectáculo visual. Todas estas ideias, por  mais interessantes que sejam, não fazem de "Avatar" um produto único a entrar numa galeria de obras-primas, pois já vimos esta história noutros lados, mesmo que seja divertido vê-la no Espaço com monstros coloridos.

Apesar de ter praticamente três horas de duração, existem partes do filme onde a história parece avançar de forma ligeiramente atabalhoada, e demasiado apressada, (por exemplo, mesmo tendo em conta toda a crença dos Na'vi na sua divindade, a sua aceitação em ensinar Jake é demasiado rápida, e a relação amorosa deste com Neytiri parece um pouco artificial, faltando substância), os diálogos não são muito ricos, e as personagens não são particularmente complexas, acusando isto a forma básica do filme. 

Aproveito e deixo também uma nota para a banda sonora, que fica para o espectador como a música que se ouve num supermercado ou num elevador, sabemos que a música esteve lá, mas não ficou na nossa memória. Já para não falar no tema "I See You" que chega com os créditos finais, e que consiste numa imitação muito fraquinha do tom sentimental e um pouco esganiçado da Céline Dion. Esperava-se mais num filme dito épico.

 

Se "Avatar" anuncia, principalmente com o sucesso de bilheteiras que tem sido, uma época próspera para o desenvolvimento dos efeitos visuais nos filmes, proporcionando entreternimentos cada vez mais empolgantes para o espectador, anuncia também um perigo a que este caminho pode levar: fazer-se um filme a pensar nos efeitos especiais, e não usar os efeitos especiais como ferramenta que ajuda a completar o contar de uma história.

Faltou torná-lo em algo marcante pela história propriamente dita, construir uma história a recordar como uma coisa que nunca tinhamos visto antes, e que nos dissesse realmente algo de forma mais profunda, e não deixar somente na memória dos espectadores que viram um excelente "trabalho de computadores".

 

6/10

___

 

Col. Quaritch: You are not in Kansas anymore. You are on Pandora, ladies and gentleman.

 

Jake Sully: They've sent us a message... that they can take whatever they want. Well we will send them a message. That this... this is our land!

 

Col. Quaritch: You haven't got lost in the woods, have you? You still remember what team you're playing for?

 

Jake Sully: Everything is backwards now, like out there is the true world and in here is the dream

 

 

 

publicado por RJ às 03:02
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Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2009

Today is tomorrow

 

Os dias não se vão repetir, o tempo não vai voltar para trás. Porque o tempo é um amigo traiçoeiro, e quando damos por nós... passou realmente demasiado depressa.

 

Perdeu-se tempo, como perdemos água por entre os dedos, e acordamos para descobrir que... o ontem terminou, e hoje é amanhã.

Porém, é uma realização profunda, porque não é simplesmente o mudar de dia no calendário, é o passar do tempo no nosso íntimo. Acordamos, vindos de travessias num mar de oportunidades perdidas, oportunidades que gostávamos de ter tido, oportunidades que queremos lutar para ter. Descobrimos que, sem margem para dúvidas, quem éramos ontem deu, e dará sempre lugar, a quem somos no amanhã, a quem somos hoje, agora.

E temos tantos caminhos à nossa espera, tantos caminhos para os quais os nossos passos nos levam sem querermos e tantos caminhos que queremos percorrer mas parecemos nunca conseguir. Percebemos que deixámos imensa coisa para trás e que o que nos espera no amanhã é o que fizermos dele, para mudarmos novamente, para voltarmos a acordar e ver tudo parecer diferente quando há pouco tempo nos parecia sempre igual.

Acordamos no amanhã e vêmos aquela linha no horizonte, respiramos e decidimos correr, correr para não perder tempo. Correr atrás de tudo o que queremos, daquelas coisas que só temos quando as perseguimos, quando caímos e nos erguemos do chão frio e duro para levantarmos a cabeça sobre os raios de sol quentes dessa manhã há tanto esperada. Quando nos levantamos e mesmo entre as gotas da chuva sabemos que encontrámos o que queríamos, sem sequer ser preciso sol, sem ser preciso esse sol.

E assim, estamos no amanhã de novo, mas num amanhã diferente. No amanhã que queríamos ter e do qual tantas vezes duvidámos, do amanhã pelo qual se perderam aquelas lágrimas e pelo qual andámos errantes, à procura, por entre os trilhos que percorremos até hoje.

 

É o amanhã em que queremos ficar para sempre, para que ele não se torne no ontem.

Procurem-no, como eu procuro.

 

Feliz Natal!

 

 

 

publicado por RJ às 04:17
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Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2009

Filme da Semana - "Sherlock Holmes"

 

Amanhã, véspera de Natal, chega às salas o detective mais famoso do mundo, numa nova e ousada abordagem, realizada por Guy Ritchie, interpretado pelo renascido Robert Downey Jr., acompanhado por um Dr. Watson interpretado por Jude Law, e uma Irene Adler personificada na (bonita) pele de Rachel McAdams.

 

O trailer, aqui!

 

Aqui há uns meses deixei um comentário em relação a esta visão do clássico detective, considerando o "mudar de tempos", e consequentemente o mudar da própria abordagem ao Cinema, que parece ter afectado, pelo menos em certa medida, esta nova adaptação, (leia-se, um aumento de cenas de acção mais espalhafatosas), mas confesso que estou com bastante expectativa em relação ao filme, especialmente porque os últimos trailers me entusiasmaram um pouco mais.

 

Concordo quando Ritchie e outros envolvidos no filme dizem que o facto de este Holmes ser mais "homem de acção" é, ainda assim, fiel à obra original. De facto Holmes é alguém ágil tanto mentalmente como fisicamente, e hábil no boxe e na esgrima, assim como Watson não tem necessariamente de ser um homem de meia-idade com barriguinha. Aí, e apesar de ser fã da adaptação televisiva com Jeremy Brett, acho que os fãs têm de admitir que muitas das características que associamos a Holmes, não originam necessariamente da verdadeira fonte, que são os livros, (como também são exemplos o chapéu de caça e o cachimbo, que não estavam particularmente explícitos nas histórias em si).

Holmes pode muito bem ser um homem de acção, assim como dotado de grande intelecto.

 

O único potencial perigo que vejo em dar mais destaque à acção, pode ser o "modernizar da acção". Saber lutar, não quer dizer que se tenha de fazer um filme com excesso de pirotécnia. Esta é a minha única preocupação em relação ao filme.

Se, de preferência, este perigo não se concretizar, e o filme tiver feito um bom uso desta nova perspectiva de Holmes, que mesmo incorporando mais acção, o consegue levar mais ao encontro das verdadeiras origens, e não da imagem dele que veio de peças de teatro e primeiras adaptações ao Cinema, podemos estar perante uma excelente visão da personagem. Pelo menos, faço figas nesse sentido.

 

Agora é esperar para ver. Pode aqui estar, uma belíssima prenda de Natal em forma de filme...

 

 

 

publicado por RJ às 23:09
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Terça-feira, 22 de Dezembro de 2009

Hasta la vista, baby Jesus

 

O Terminator é enviado até ao ano 0 para salvar... o filho de Deus.

Simplesmente genial.

 

 

 

publicado por RJ às 15:34
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Domingo, 20 de Dezembro de 2009

"Romeo + Juliet"

 

Baz Luhrmann adapta a eterna obra de William Shakespeare para os tempos modernos, passando a acção a desnrolar-se na fictícia cidade de Verona, (que parece a nossos olhos uma moderna cidade da América do Sul), e as duas famílias rivais, Capuleto e Montéquio, passam a ser famílias cujos pais são proprietários de duas ricas companhias rivais, e cujos filhos têm uns para com os outros, um enorme ódio, ódio esse com uma origem perdida no tempo.

Chegam-nos assim Romeu e Julieta, (Leonardo DiCaprio e Claire Danes), respectivamente filhos mais novos das famílias de Montéquio e Capuleto, que nutrem um pelo outro grande amor, que parece nunca poder vir a realizar-se devido à barreira de ódio que separa as suas famílias.

 

A história mantem-se a mesma, o cenário muda, e porém, todas as palavras permanecem inalteradas. Todos os diálogos são tal e qual como estão escritos na obra de Shakespeare, sem qualquer alteração.

Esta é a grande originalidade do filme. É algo simples, mas sem dúvida criativo e extraordináriamente bem feito, que Luhrmann torna numa perfeita adaptação da história original, mesmo com tudo o que possa de ter de novo e de estranho para os que detiverem uma posição mais conservadora em relação à história.

 

É de louvar a excelente composição dos personagens, (mesmo secundários como Tibaldo (John Leguizamo) e Mercúcio (Harold Perrineau) são exemplarmente representados, assim como os protagonistas), toda a imaginação na composição dos cenários, e do contexto em que os diálogos shakespeareanos se inserem. A construção da tela onde Lurhmann "pinta" esta sua adaptação é inovadora e sem dúvida um testemunho à originalidade, não só do realizador, mas de todos os enolvidos criativamente no filme.

Criam-se aqui sequências belíssimas como a da festa onde os dois amantes se apaixonam, (onde se notam imensos pormenores curiosos, desde a escolha de fato para as personagens, que nos traz um Romeu como um cavaleiro dos tempos antigos, e o rico e bem sucedido pretendente preferido dos pais de Julieta à mão da sua filha, Páris, como um astronauta americano, um "cavaleiro" dos tempos modernos, cena esta onde vêmos também o belíssimo encontro de olhares dos amantes pela água de um aquário), ou o dramático desenlace de toda a história de amor.

Era dificíl de prever o cenário de uma cidade  a fazer lembrar o Rio de Janeiro, e lutas entre os filhos e sobrinhos das duas famílias, que travam em bombas de gasolina e praias, duelos de pistolas e não de capa e espada, para pano de fundo de uma adaptação da mais famosa das histórias de amor, mas resulta na perfeição. Talvez seja pelos tons quentes, que nos transportam para um ambiente de mil e uma emoções a fervilhar debaixo de interesses dos pais e do caos da cidade, ou talvez seja simplesmente porque o que tornou esta história tão marcante em primeiro lugar, continua lá, de forma imutável: a reflexão para que nos remete e as palavras, as palavras do seu autor.

 

O filme representa perfeitamente o porquê de esta ser uma história intemporal, uma história que moldou para a sempre a imagem que temos da figura dos apaixonados, uma história que deixou escritos para sempre na mente dos apaixonados e não só, os nomes de Romeu e Julieta. Com paixão, é uma história que se pode desenrolar em qualquer tempo, em qualquer lugar.

As palavras, tudo aquilo que representam, é imutável, não podendo o seu poder ser abalado pelo Tempo ou pelo Espaço. Não são as palavras, no fundo, quando ditas com tudo aquilo que pretendem significar, quando sentidas, um voto de amor, independentemente do Tempo ou de qualquer outra variável?

As palavras que se sentem têm um significado maior, e são verdade hoje, assim como o são amanhã. E o Cinema, também consegue ser assim.

 

9/10

___

 

Tybalt: Peace? Peace. I hate the word, as I hate hell, all Montagues, and thee.

 

Juliet: O Romeo, Romeo, wherefore art thou Romeo? Deny thy father and refuse thy name, or if thou wilt not, be but sworn my love, and I'll no longer be a Capulet.
Romeo: Shall I hear more, or shall I speak at this?
Juliet: 'Tis but thy name that is my enemy, thou art thyself though not a Montague. What is Montague? It is nor hand, nor foot, nor arm, nor face, nor any other part belonging to a man. Oh, what's in a name? That which we call a rose by any other word would smell as sweet; so Romeo would, were he not Romeo called, retain that dear perfection to which he owes without that title. Romeo, doff thy name! And for thy name, which is no part of thee, take all myself.

 

Romeo: Is love a tender thing? It is too rough, too rude, too boisterous, and it pricks like thorn.
Mercutio: If love be rough with you, be rough with love. Prick love for pricking and you beat love down.

 

Juliet: My only love sprung from my only hate! Too early seen unknown, and known too late! Prodigious birth of love it is to me that I must love a loathed enemy.
 

 

 

publicado por RJ às 23:27
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Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009

A tua mente é a cena do crime?

 

A mente verdadeiramente única de Christopher Nolan volta a trazer-nos um filme no próximo ano, "Inception", (aparentemente, "A Origem", em Portugal), que promete. Promete muito.

É essencialmente um filme sobre o qual ninguém sabe muito, mas sendo um filme de Nolan, a expectativa da minha parte é elevadíssima, e tudo o que vai sendo divulgado só a aumenta.

O teaser trailer pode ser visto aqui!

 

Este é o primeiro poster para o filme. Como podem ver, o protagonista é Leonardo DiCaprio. Para além dele, entram também Ken Watanabe, Cillian Murphy, Michael Caine, Marion Cottilard, e Joseph Gordon-Levitt, (do belíssimo "The Lookout").

 

Estreia a 2 de Setembro do próximo ano, e é para marcar na agenda.

 

 

 

publicado por RJ às 13:11
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Mais imagens do País das Maravilhas

 

É mais um trailer e mais imagens absolutamente fantásticas de "Alice in Wonderland" de Tim Burton.

Estou deslumbrado, não sei o que dizer mais.

Vejam o trailer aqui! (e já agora, há um belo momento cómico com um porco ao minuto 1:38).

 

4 de Março, não se esqueçam!

 

 

 

publicado por RJ às 13:11
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Filme da Semana - "Avatar"

 

 

Aguardado com um dos maiores hypes da História, "Avatar" de James Cameron, o filme que meio mundo anuncia como "a coisa mais revolucionária e importante a acontecer ao Cinema desde que ele foi inventado", chega finalmente às salas.

O trailer pode ser encontrado aqui!

 

Quanto a mim, confesso que não partilho da dose inimaginável de entusiasmo que a maioria do Universo parece partilhar em relação a este filme, mesmo estando curioso, e a pensar em ir de facto vê-lo às salas em 3D.

Para já, não sei se a técnica 3D será tão eficaz quanto nos prometem, ou se acaba por causar uma bela dor de cabeça ao fim de 3 horas de explosões e batalhas. Isso claro, é uma coisa a averiguar. O segundo factor a ditar que eu não clame que isto é a coisa mais importante a acontecer ao Cinema, é a história do filme propriamente dita.

Cameron diz que passou muito tempo não só a tratar dos efeitos especiais mas a construir a história, e a arranjar especialistas para desenvolver uma nova língua para os extraterrestres, etc, etc... Ora, do que eu tenho visto e lido, a história soa a cliché, e já foi vista muitas vezes antes, e não acredito sinceramente que, por muito bom que o espectáculo visual se revele, o filme seja extraordinário com uma história banal.

É outra coisa a averiguar com a visualização, claro.

 

 

 

publicado por RJ às 11:49
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