Para espanto de todos os meus leitores, acho que nunca vi mais do que um episódio (se é que tanto) do "Star Trek". Conheço o "básico", mas honestamente, mesmo sendo eu apreciador de ficção-científica, não me chamava a atenção. Será talvez isto que surpreenderá mais quem estiver a ler estas palavras, e que me surpreendeu a mim próprio, ao perceber o quanto gostei do filme. E, (espantem-se novamente), também não sou admirador dos anteriores trabalhos de J. J. Abrams, como "Lost" (deixei de acompanhar ao início da terceira série) e apesar de reconhecer a originalidade do "Cloverfield", também não me encantou como um golpe de génio, ao contrário deste "Star Trek".
Estamos aqui, perante algo de puramente revigorante no mundo dos blockbusters de Hollywood. Sim, existe diversão e efeitos especiais, mas estão num equilíbro perfeito com uma história inteligente, que foge ao argumento reciclado e nos apresenta a ideia do salvamento da humanidade e arredores, renovada, remodelada, como qualquer recuperação de mitos do passado deveria ser.
Sim, a Terra e o Universo correm perigo, mas desta vez, ao contrário do que encontramos normalmente na temporada dos filmes de grande orçamente, sentimos que é diferente. O espectador sente que está perante algo épico e grandioso que consegue de facto, e invulgarmente, levar a sério.
É tão raro encontrarmos pequenas pérolas como esta na galeria pipoqueira do Verão, que vale mesmo a pena embarcar de corpo e alma na primeira missão da Enterprise. É uma viagem que não está destinada apenas aos já conhecedores de "Star Trek", fãs de ficção-científica, fãs de batalhas no espaço ou fãs de entreternimento, está destinado a qualquer pessoa de aprecie bom Cinema. Sim, porque dizer que "Star Trek" é uma excelente peça cinematográfica, longe das galerias pipoqueiras de clones de Michael Bay, não será sacrilégio nenhum, por muito surpreendente que isto possa parecer, vindo de alguém que nunca prestou atenção à série, o que acaba por provar que o filme cumpre, e mais do que cumpre, os seus objectivos.
A verdade, é que são surpresas tão agradáveis como esta que glorificam qualquer ano cinematográfico, e qualquer época de entretenimentos de maças, produtos que, regra geral, parecem vindos de uma máquina automatizada que nos despeja a doses industriais, filmes para ver, entreter mantendo o cérebro desligado, e esquecer, dos quais este se distancia, e de que maneira.
Quanto às características imagens espectaculares e cenários de outro mundo, cria-se também uma identidade, essencial para distanciar este, de tantas outra ficções-científicas. Encontraremos possivelmente em "Star Trek", o melhor espectáculo visual do ano, que não precisou de optar entre fazer um bom filme e fazer boas cenas de efeitos especiais, equilibrando ambas. A aparição da colossal e tenebrosa nave de Nero é para recordar, assim como as primeiras visões das naves da federação ou a vertiginosa sequência da broca.
Revitalizar um franchise não passa simplesmente por "vomitar" os mesmos conceitos já vistos, com toques modernos e meia dúzia de "truques da velha escola do filme-pipoca", de forma a atrair as massas.
A moda dos franchises e dos remakes em Hollywood, que muitas vezes não passa de falta de imaginação, leva novamente a um beco sem saída no que diz respeito à reinvenção, à revitalização, e a imaginação acaba por se perder, vezes sem conta. "Star Trek" apresenta um novo mundo a um novo público, é verdade, mas isso não o impediu de construir uma obra excelente, que não cai nos erros comuns e não escolhe o caminho mais fácil, de tentar arrecadar alguns dólares hoje para ser esquecido amanhã, dando sim, os primeiros passos para algo de memorável.
Apresenta-se perante nós algo que, passado o início, já compreendemos ser Cinema a sério, algo com a sua inerente componente de espectacularidade, sem dúvida, mas também com qualidade fora do vulgar.
O argumento torna-se, como sempre é, a chave do sucesso, e aqui, o caminho fácil de jogar com o previsível e nos apresentar uma história que conhecemos de trás para a frente foi recusado, para bem de todos nós. Nota-se respeito pela série, ao construir um argumento mais do que coeso, original, que introduz um universo, apresenta personagens sólidas e lança conceitos da ficção-científica que mostram vitalidade.
O equilíbrio e construção de personagens é conseguido recorrendo a um tema que, apesar de já ter sido visto, funciona em perfeita simbiose com os protagonistas, e não se poderia adequar mais ao início de uma epopeia: o legado de pais e a escolha de um destino pelos filhos. Este recomeço de um franchise tão adorado carregava um peso de responsabilidade que não o amedrontou, e o fez, contra todas as probabilidades, contruir algo novo.
O tema torna-se ideal na construção das personagens de James T. Kirk e Spock, e une-se à vingança de Nero, que se torna o melhor némesis, procurando vingança viajando no tempo, (com todos os paradoxos que isso possa acarretar), o que toca mais uma vez o tema dos destinos, dos legados, e caminhos que são cruzados e alterados para sempre.
Não poderia ter sido encontrado um melhor alicerce para tal aventura, do que a escolha de um destino, e os sacríficios de pais, que abrem os caminhos de um novo mundo para filhos, da mesma forma que este é um filho da ficção-científica actual que luta, e consegue tornar-se um herói a recordar.
Com tamanho feito, este é sem dúvida, um filho pródigo da Hollywood actual, que, a ser bem acompanhado no crescimento, pode tornar também os próximos capítulos, eternos.
8.5/10
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Nero: James T. Kirk was a great man... but that was another life.
Kirk: Are you afraid or aren't you?
Spock: I will not allow you to lecture me.
Kirk: Then why don't you stop me?
Leonard 'Bones' McCoy: Space is disease and danger wrapped in darkness and silence.
Sarek: [to Spock] You will always be a child of two worlds, and fully capable of deciding your own destiny. The question you face is: which path will you choose?
Christopher Pike: Your father was captain of a starship for twelve minutes. He saved 800 lives, including yours. I dare you to do better.
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