Domingo, 10 de Maio de 2009

"X-Men Origins: Wolverine"

 

Explorar, ou tentar explorar, aquela que sem dúvida é a personagem mais carismática do universo X-Men era uma jogada inevitável, tal como serão inevitáveis os restantes "X-Men Origins", (a continuar muito possivelmente com Gambit, MagnetoDeadpool), que se seguirem a este.

E é verdade que as características que tornam Logan tão cativante foram um dos pontos que ajudou a tornar os dois filmes X-Men de Bryan Singer em sucessos de qualidade inegável, especialmente "X2", aos quais não se compara o que Brett Rattner fez no "X-Men - The Last Stand", em que também se notou a importância vital de Wolverine , (num tom mais "tipicamente heróico"), em ir segurando a história.

 

O passado misterioso e a luta para perceber as suas origens, naquilo que se torna uma personagem em constante conflito com a sua perda de memória e o seu lado mais animalesco, são temas que dariam por certo um grande filme, mas mesmo não sendo nada mau, fica a sensação de que merecia mais.

 

Despachando já o óbvio, as cenas de acção estão, como não poderiam deixar de estar, muito boas, especialmente o confronto Wolverine/Gambit e a estrondosa perseguição helicóptero/carro contra mota. A chamada "luta final" não se destaca muito, e é superada pelas cenas mencionadas.

Hollywood não perdeu o jeito para as boas cenas de acção, especialmente nos super-heróis, mas apesar de tudo, nota-se alguma, e boa, "contenção" no filme, tentando não cair naquilo que aconteceu em "The Last Stand" com doses de cacetada, procurando uma imitação fácil dos comics. Mesmo tendo em conta o aparato do final deste "Wolverine", mostrou-se uma tentativa de fazer algo mais, "sóbrio".

 

Existe claro, como sempre, o dilema de que o filme tem demasiadas personagens, que acabam por não ser desenvolvidas o suficiente, e que apenas lá estiveram para testarem se valeria a pena terem também um filme próprio. É verdade que, não houve da parte de Gavin Hood, a inteligência de Bryan Singer em aplicar as doses certas de cada personagem para evitar essa sensação, porém, o filme centrava-se em Wolverine, e outros com papéis menores na sua história deveriam permanecer secundários.

Ainda assim, existe a sensação de subaproveitamento de alguns, principalmente do Deadpool no final do filme, (personagem que aliás, não conheço muito), à qual se tenta dar uma grande importância final, que não é correspondida.

 

Não desdenhei por exemplo da aparição do Scott Sommers/Cyclops e do Prof. Xavier, mas eram dispensáveis. O filme devia centrar-se o mais possível em Wolverine, e tais cameos, que a dada altura já parecem ser demais, tentam ou lançar novas caras ou estabelecer um elo com a trilogia, que este spin-off/prequela, dispensa. Tudo isto para nos afastarmos o mais possível da ideia que este é um "X-Men no colectivo" mas sim no "particular", portanto, algumas aparições, quanto mais curtas, melhores.

 

Isto claro, só se aplica àquelas com a categoria de cameo, ou "quase cameo". Todas as personagens que não estejam intimamente ligadas à história, devem ser reduzidas a muito curtas aparições. Não tenho por exemplo, críticas a fazer à breve aparição do Gambit, que serve perfeitamente ao filme. A personagem tinha um curto papel no passado do Wolverine, portanto não necessitava de um papel maior. À excepção do Wolverine e dos mutantes mais ligados à história central do filme, o programa Arma X, como Victor Creed, (uma excelente interpretação animalesca de Liev Schreiber) ou William Stryker, todas as outras não deveriam ser mais do que personagens que cruzam os seus caminhos com os de Wolverine. Acaba por haver algum desiquilíbrio, uns parecem mais importantes do que são, e outros deviam ser melhor utilizados.

 

Fica a ligeira sensação de que certas coisas poderiam ter sido abordadas mais profundamente. A história de vingança assenta-lhe como uma luva, e a relação com Victor Creed está plenamente adequada à personagem, e é no confronto com este outro homem animalesco que o filme se deveria concentrar mais. O final torna-se pouco, e deixa-nos, (ou será "deixa-me"?), a pedir por um segundo filme, que terminasse melhor toda a questão das origens, memória e da busca de identidade, para à qual a solução apressada do filme acaba por não fazer justiça.

 

Perto do primeiro "X-Men", atrás do excelente "X2" e muito à frente da pipocada barata do Rattner.

 

7/10

____

 

Wade Wilson: Great, stuck in an elevator with 5 guys on a high protein diet.
Wade Wilson: Oh Wade!
Wade Wilson: Dreams really do come true.
William Stryker: Now just shut it! You're up next.
Wade Wilson: Thank you sir, you look really nice today. It's the green, it brings out the seriousness in your eyes.
Logan: Oh my God, do you ever shut up, pal?
Wade Wilson: No, not while I'm awake.

 

[Logan reveals the adamantium claws]
Victor Creed: Oooh, Shiny. Tell me something Jimmy, do you even know how to kill me?
Logan: I'm gonna cut your God damn head off. See if that works.
Victor Creed: [Creed laughs]

 

Logan: I'm coming for blood, no code of conduct, no law.

 

Logan: Are you Remy LeBeau?
Remy LeBeau: Does he owe you money?
Logan: No.
Remy LeBeau: Then Remy LeBeau, I am.

 

 

 

publicado por RJ às 02:10
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2 comentários:
De Loot a 10 de Maio de 2009
Concordo que merecia mais. Mas sim é bem melhor que muita coisa que anda para aí.

abraço
De Diana a 17 de Maio de 2009
Já vi este filme. Gostei. O actor é mesmo um bom pedaço! LoL
É um filme de muita acção. Há poucos momentos para respirar. Com bem mais acção do que os outros. Mas X-men é X-men.
Coisas a apontar:
1.O professor Xavier não está tipo "digitalizado"? Tá muito estranha a imagem. Até a cabeça dele está esquisita.
2.Se ele no final não se lembra de nada, como é que sai daquela confusão toda e vai buscar a moto e o blusão com os quais aparece no 1ºfilme do X-men?
3.Quem é afinal do Dentes de sabre que aparece no 1º filme do X-men?
4.Não é um filme com grandes actores. Estes fazem exactamente o que as personagens lhes "pediam". Nesse sentido, acho que o Wolverine podia estar um pouco mais humanizado e expressar mais ao espectador a dor que sentia em alguns momentos. Expressou talvez, mas a interpretação se calhar não foi suficiente.
Provavelmente porque um filme destes não exigia isso..
5.As excessivas cenas de luta esquecem-nos que estamos num mundo com mutantes. As primeiras cenas em que aparece o Gambit, já nos voltam a relembrar um pouco desse fantástico. E passam a haver lutas com "poderes" e não tanto só murros e porrada. (no final também de apontar a cena com a rapariga com pele de diamante).

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